quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Velha Infância

Hoje podia escrever sobre tudo e nada dizer. Podia referir "coroação" de Cristiano Ronaldo como o (melhor) Futebolista do Ano da UEFA da época transacta, ou ainda da sorte das equipas portuguesas ditada pelo sorteio para a fase de Grupos da Liga dos Campeões, dos seleccionados por Carlos Queirós para a jornada de dupla (Malta e Dinamarca) que dita o inicio da qualificação para o Mundial de 2010 na África do Sul. Mas sobre isso já devem estar fartos de ouvir/ler, por isso mesmo, e como o título indica, hoje vou falar de (velha) Infância. É que hoje e como que do nada fui brindado por uma daquelas paragens cerebrais, durante as quais a mente fica vazia de qualquer pensamento à excepção de "flashbacks" que nos levam ao encontro de momentos há muito sentidos, e revivi as brincadeiras de outrora a apanhada, a sirumba, as escondidas, o 31, o despe (quem desconhecer este ultimo envie um e-mail que eu explico). Após estas primeiras recordações esbocei um sorriso para mim mesmo e lembrei-me de outras peripécias: das chaves de fendas que desapareciam da caixa de ferramentas para se ir jogar ao mundo; das odisseias pelas obras em busca de um tubo com se pudesse fazer uma "arma" de canudos, o que fazia com que as revistas e por vezes listas telefónicas desaparecessem cá de casa... Mas a melhor foi mesmo recordar do caminhar à Ghostbuster, que durante umas quantas noites eu e mais 3 vizinhos fazíamos ao longo de grande parte da minha rua, tão religiosamente que se por ventura um de nós se enganasse lá íamos nós para o ponto de partida. Bons velhos tempos...Face a esta situação uma das coisas que me dá uma grande tristeza é o facto de já não haver este espírito infantil, o procurar cal nas obras para pintar a sirumba ou a macaca no alcatrão - com as inúmeras interrupções de cada vez que passasse um carro, o tocar à campainha e fugir - sempre é menos enfadonho que os 5 a 6 toques na campainha respondidos com "Publicidade" depois de se perguntar "Quem é?"...



Depois de receber o comentário da Shakti lembrei-me que não podia esquecer esse aspecto tão peculiar, os "chamamentos" das mães que por volta da hora das refeições uma a uma iam esvasiando a rua. Creio que no Verão eram das poucas vezes que ia a casa, ao almoço e ao jantar, pois o lanche era tomado na rua, 2 a 3 carcaças e mais uma peça de fruta se houvesse espaço nas mãos, caso contrário fazia-se da tshirt uma bolsa de Kanguru, porque se fosse com pouca comida o mais certo era não comer já que havia que dividir com quem ignorava o chamamento da progenitora... Tudo em ruas que agora parecem desertos.

Bons Velhos Tempos.

3 comentários:

Carla disse...

Bons tempos sim senhor...passava a maior parte do tempo na rua a jogar à sirumba ou ao elástico, ao stop...eu sei lá ...sei e recordo-me muito bem que estivesse onde estivesse tinha sempre que ouvir a minha mãe da janela gritar o meu nome para ir almoçar ou quando era mais ao fim do dia para tomar banho...se não ouvia...

bj

Unknown disse...

LOL ... eu não acredito que tu caminhavas à Ghostbuster na rua ... LOL

Uma "cena" digna de se ver ... eheheheheh

Cristina Costa disse...

Tenho muito orgulho em fazer parte de algumas dessas tuas recordações, partilhamo-las ao fim de vinte anos ;)

Um Beijo, Coleguinha.