segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Vida Efémera

"(...) assim é a vida... Um encadear de momentos, apenas, pequenos nadas, que se sucedem, inexoravelmente, sem sentido até... O que os ordena? Um qualquer fio espaço-temporal, este quarto de hospital, respirado já pela enfemera, os seus paizinhos, o namorado e a amiga, vidas ligas por meras circunstancialidades, nada se escolhe, nada se basta a si próprio.Todo o olhar se faz por fora, são os outros, minhas senhoras e meus senhores, são sempre os outros que nos vestem a pele, que nos aquecem e arrefecem, claro,a temperatura ali da cama será fria mas ao lado escalda-se, assim é a vida, a pacífica coexistência das mais improváveis teses..."

De 10OUT a 01NOV está em exibição, às Sextas e Sabádos às 22h, a peça EFÉMERA, ali no Teatro Cinearte A Barraca no Largo de Santos,  em Lisboa. Como amigo de uma das personagens não pude faltar à estreia, e Sexta-Feira lá estive eu com alguns dos Coleguinhas e só posso dizer que adorei e por isso mesmo venho sugerir uma ida ao Teatro, um programinha que certamente será diferente do habitual para alguns de vocês.

Sugiro sobretudo aqueles que se deixam controlar pelos seus próprios medos, pois "Ephemera é uma nova Filosofia para a Humanidade, a do retorno ao lado acidental da vida. Consideremos que a vida tem dois lados, um acidental e outro calculado. Durante muito tempo a vida era puramente acidental. Até que um de nós sentiu medo e estacou! Nasce assim o contemplativo, o primeiro de entre nós a contornar o medo da vida, suspendendo-a, retirando-se dela para a observar, medir e calcular. O cálculo adveio portanto do medo da vida, logo,da necessidade de a controlar. Mas ps que, para domar o devir se confiaram ao claculo, contornaram o medo evitando a vida, gasta em medições de outras vidas, e este foi o primeiro erro.
O lastro da nossa confiança no errado foi portanto o erro, e errado em por demais a Humanidade. E é por isto que nós exaltamos a intensidade homérica do lado acidental da vida. Genuíno Ser egoísta aquele que se permite à dádiva do instinto e da emoção, que não se adia para depois, que não teme repetir os erros dos seus antepassados e faz caminho sobre o medo fingidor da História. Aquele que aprende a amar o incalculável e nele se transcende."

3 comentários:

Carla disse...

Deve ser mesmo interessante...vou ver se consigo ir ...sabes aqui pelas minhas bandas o "tempo"não abona...

bjs grandes

Cristina Costa disse...

Recomendo vivamente !
;)

Anónimo disse...

"aprende a vender mentiras, pode ser que um dia consigas comprar a tua verdade"


e acrescento:

Vais bem?


;)

ps.
vejo que os livrinhos deram jeito...